viernes, 25 de mayo de 2012

Texto Curatorial GEC Rio de Janeiro


EU MORO AQUI

“ O lar é onde o coração do homem cria raízes” (Henrik Ibsen)

Abrir as portas da casa é permitir entrar no seio do lar, porém é um ato complexo e delicado para a família receptora, já que expõe sua privacidade, porque os espectadores percebem o comportamento de cada membro e/ou abrindo o baú de lembranças através daqueles objetos adquiridos ao longo do tempo.

Essa passagem de tempo permite que sejam carregados uma serie de significados no objeto, bem seja, sentimental ou monetário. Entretanto, nesta oportunidade se procurou por aqueles objetos que tivessem um significado de aproximação do intimo. 

Desta forma, foram selecionadas as obras de Maria Fernanda Guevara e de Suelen Gonçalves, porque resgatam lembranças, que de alguma forma com a passagem do tempo acabam sendo esquecidas ou abandonadas pela voracidade do dia-a-dia. Igualmente, a obra de Lucas Benevides resgata todas essas memórias, convertendo-se quase num registro jornalístico de sua vida. Enquanto, que Carlos Ferrara através de sua linguagem recria seu próprio mundo onírico.

Esse espaço privado (lar), acaba implicando no investimento das relações sociais reduzidas,  mas que começam a ser facilmente questionadas pelo trabalho de Carol Lucena e Jonathan Lara, os quais dialogam através dos códigos que constroem as barreiras que separam o privado do externo (casa/cidade).

Por outro lado, não podemos ficar sem pensar em que a cidade se torna um segundo lar, onde a vida diária produz e desenvolve atividades. A partir desse olhar, os trabalhos dos artistas Edson Cáceda e Gabriel Bernardo narram histórias que se encontram emolduradas neste grande lar chamado de cidade. 

A cidade é o lar e Galeria em Casa quebra as barreiras físicas e imaginárias para tornar o espaço privado em público, trazendo para dentro de casa discussões ligadas ao mundo contemporâneo através dos trabalhos de cada um dos artistas selecionados, porque ninguém se encontra exonerado da provocação gerada pelo entorno. 

Neste momento, damos o ponta pé inicial para colocar o primeiro bloco para erguer a nossa casa.

Sejam bem-vindos!

Mi casa, tu casa 


Jessica Rodríguez García

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